Como todo organismo vivo, nós produzimos células sadias e células defeituosas. Mas nosso corpo é equipado com um sistema imunológico potente que permite detectá-las e combatê-las de forma muito eficiente através de vários mecanismos. No entanto, desde a Segunda Guerra Mundial (1940), vem crescendo o número de pessoas que desenvolvem tumores malignos (câncer). No Ocidente, para cada quatro pessoas uma terá câncer (1)(2). 

 

Os países industrializados são os mais atingidos pelo câncer, principalmente o de mama e próstata. A figura abaixo mostra a incidência do câncer de mama e próstata nos países ocidentais mais afetados de acordo com dados da OMS(3).

 

Câncer de mama e próstata no mundo.jpg

 

O câncer se caracteriza por um aumento desordenado de células anormais (tumor malígno) no organismo que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo. O processo de carcinogênese (desenvolvimento do câncer) ocorre lentamente. No primeiro estágio, as células sofrem o efeito de agentes cancerígenos que alteram seus genes. No estágio de promoção, elas são transformadas em células cancerosas após o contínuo e longo contato com o agente cancerígeno. No estágio final (estágio da progressão) ocorre a multiplicação celular descontrolada e irreversível. É quando surgem os primeiros sintomas.

 

O câncer leva em torno de cinco a quarenta anos para se desenvolver no homem e pode ocorrer em qualquer tecido do corpo. Os tipos de câncer são agrupados em grandes categorias: 

 

Carcinoma: são tumores malignos que se originam nas células epiteliais ou glandulares (adenocarcinoma) com forte tendência a invadir tecidos vizinhos. São os mais comuns entre todos os tipos, compreendendo o câncer de mama, de pulmão, de bexiga, de próstata, de pele, de estômago, de ovário e de pâncreas.

 

Melanoma: atinge o tecido epitelial, é o mais grave câncer de pele.

Sarcoma: são tumores malignos dos tecidos moles, podem se originar em ossos, cartilagens, gordura, músculo, vasos sanguíneos ou tecidos moles. Ocorrem mais frequentemente em crianças e adolescentes. 

 

Leucemia: são caracterizadas pelo acúmulo de células jovens (blásticas) anormais na medula óssea. Aos poucos, estas células substituem as células normais do sangue, prejudicando a produção de glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas. 

 

Linfoma: são tumores malignos do sistema linfático, podendo atingir todas as glândulas linfáticas, apenas um linfonodo ou se espalhar por todo o corpo. 

Tumores do sistema nervoso central: acometem o cérebro e geralmente se originam nas células gliais, que dão suporte aos neurônios. 

 

As causas do câncer são variadas, podendo ser externas ou internas ao organismo , estando ambas inter-relacionadas. As causas externas relacionam-se ao meio ambiente e aos hábitos ou costumes próprios de um ambiente social e cultural. As causas internas são, na maioria das vezes, geneticamente pré-determinadas, estão ligadas à capacidade do organismo de se defender das agressões externas. Esses fatores causais podem interagir de várias formas, aumentando a probabilidade de transformações malignas nas células normais.

 

De todos os casos, 80% a 90% dos canceres estão associados a fatores ambientais. Somente 15% são fatores de herança genética. A New England Journal of Medicine, publicou um artigo que mostra que herdar genes de pais biológicos mortos de câncer não significa relação sobre o próprio risco de desenvolver câncer. O resultado do estudo mostrou que o meio ambiente e os hábitos do indivíduo é o principal fator que leva uma pessoa a desenvolver câncer (4).

 

Outro estudo feito com japoneses que morreram de causas que não o câncer mostrou que estes possuíam tantos microtumores de próstata quanto os ocidentais, no entanto não desenvolviam o câncer. Já os japoneses instalados no Ocidente, a taxa de câncer alcançou a nossa em uma ou duas gerações(5).

 

O gráfico abaixo mostra o crescimento do consumo de açúcar após a Segunda Guerra Mundial (1940). 

 

açúcar e o câncer.jpg

Fonte: Ibid

 

 

O aumento do açúcar na alimentação favorece os picos de insulina e secreção de IGF1 que estimula diretamente o crescimento das células cancerosas e a sua capacidade de invadir os tecidos vizinhos(6) (7).

 

Por tanto, fatores ambientais, estilo de vida, sedentarismo, má alimentação e o estresse colaboram para o desenvolvimento do câncer e enfraquecimento do nosso sistema imunológico. Fatores que estão associados ao desenvolvimento de câncer:

 

.    Dieta ocidental tradicional com alto consumo de carboidratos refinados de alto índice glicêmico, açúcares, alimentos industrializados e aumento da ingesta de ômega 6 que aumentam a inflamação.

.    Estresse e desequilíbrio emocional, isolamento social e negação da verdadeira identidade (dificuldade de aceitar a si mesmo)

.    Sedentarismo e falta de atividade física equilibrada

.    Contaminação de metais pesados e toxinas presentes no ambiente, nos alimentos e nos produtos de higiene e limpeza.

.    Alimentos com agrotóxicos, pesticidas e contaminados por produtos químicos que são pertubadores hormonais, ou seja, sua estrutura imita a de certos hôrmonios humanos, o que os torna capazes de ativar os receptores hormonais de mameira incorreta.

.    Na agropecuária (gado, suíno e ave) animais contaminados e com excesso de hormônios  não bioidênticos usado para o seu crescimento e engorda, são transmitidos para o homem pela cadeia alimentar.

.    Utencílios domésticos com alumínio, plástico com PVC e BPA e alimentos enlatados que contém plástico com BPA que estimulam o crescimento das células do câncer.

.    O cigarro, principalmente, pessoas acima de 40 anos que fuma igual ou mais de 1 maço por dia.

.    O celular produz um campo eletromagnético que pode desenvolver as células do câncer (ainda não há estudo comprovando o comprometimento do celular com o câncer, pois precisaria de um estudo de 15 a 30 anos de acompanhamento para confirmar esse resultado, mas quando se pensa que pessoas que desenvolveram tumores no mesmo local onde usavam mais o celular, a chance não pode ser descartada)(8).

 

Veja o vídeo do Dr. David Servan Schreiber, médico francês que estudou a medicina ortomolecular ele que conta como superou durante anos a sua doença, um câncer cerebral e mostra como fatores externos e estilo de vida podem afetar nossa saúde:

 

 

 

 

 

Estudos recentes sobre a angiogênese no metabolismo do câncer demonstraram que os vasos sanguíneos formados pelas células cancerosas podem desempenhar um papel fundamental na metástase. Ao formar estas estruturas, as células cancerosas se desgrudam do tumor primário e passam a circular no sangue até encontrar um novo tecido, são as metastases. No entanto temos intervenções naturais com poderoso efeito sobre a angiogênese, como o chá verde, os cogumelos comestíveis comuns e certos codimentos e ervas utilizados para cozinhar(9) (10).

 

angiogenese.jpg

 

 

Quando se fala em prevenção do câncer devemos pensar em quatro fatores muito importantes de controle:

 

.    Alimentação balanceada livre do açúcar e produtos industrializados, de baixo índice glicêmico, equilíbrio das gorduras e livre de agrotóxicos e pesticidas

.    Controle do estresse e processos emocionais

.    Atividade física moderada

.    Ambiente limpo livre de poluentes e toxinas

 

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A prática da medicina ortomolecular e nutrologia busca reequilibrar o organismo diminuindo a inflamação, controlando e reforçando o sistema imunológico. Contato: telefones (21) 3439-8999 Clínica Higashi Rio de Janeiro ou (43) 3323-8744 Clínica Higashi Londrina.

 

Produzido por: Clínica Higashi – Educação e Pesquisa

 

Referências Bibliográficas:

 

1.    World Cancer Research Fund,  Food, Nutrition and the Prevention of Cancer: a global perspective. Londres: World Cancer Research Fund and American Intitute for Research on Cancer, 2007.

2.    Institut National du Cancer, Nutrition et prevéntion des cancers: des connaissances scientifi ques aux recommandation. Paris: Ministere de la Santé et des sports, 2009

3.    Disponível em www.dep.iarc.fr

4.    Lichetenstein, P.N.V. et al. Environmental and Heritable Factors in the Causation of Cancer – Analyses of Cohorts of Twins from Sweden, Dammark, and Finland, New England Journal of Medicine 343, no.2 (2000):78-85.

5.    Stewart and Kleihues, World Center Report.

6.    Grothey, A., W. Voigt, C. Shober, et al. The Role of Insulin-like Growht Factor I and Its Receptor in Cell Growth, Transformation, Appoptosis, and Chemoresistance in Solid Tumors. Journal of  Cancer Research e Clinical Oncology 125, no. 3-4 (1999): 166-73

7.    Long, L., R. Navab, and P. Brodt, Regulation of the MR 72,000 Type IV Collagenase by the type 1 Insulin-like Growth Fator Receptor, Cancer Research 58 m, no. 15 (1998): 3234-47.

8.    Cardis, Elizabeth, entrevista, France Evening News, 15 de julho, 2008.

9.    Rose and Connolly. Regulation of Tumor Angiogenesis by Dietary Fatty Acids and Eicosanoides.

10.    Ziche, M., J.Jones, P.M. Gullino. Role of Prostaglandin E1 and Copper in Angiogenesis. Jounal of the National Cancer Institute 69, no. 2 (1982):

 

Produzido por: Andrea Nunes Higashi Coordenadora de Educação e Pesquisa Clínica Higashi – Nutrologia e Ortomolecular Rio de Janeiro e Londrina