Glutation (ou glutationa) é um tripeptideo sulfúrico hidrosoluvel composto por 3 aminoacidos : glicina, ácido glutâmico, e cisteina, sendo este último que confere as suas propriedades bioquímicas. 

 

É um dos mais potentes e importante antioxidantes ou seja controladores dos radicais livres (substâncias que atuam no envelhecimento celular). Efeitos nocivos como poluição, stress, alimentação deficiente, contaminação do solo e água, radiação aumentam a concentração de radicais livres no organismo. O glutation forma uma barreira de proteção celular impedindo a agreção ao interior da célula.

 

 

oxidacao.jpg

 

Fig 2: exemplo de situações que aumentam o radical livre

 

 

Esta presente em quase todas as células do nosso organismo, principalmente no fígado, exerce papel importante na proteção e controle da oxidação mitocondrial e nuclear, tem papel fundamental da metabolização, eliminação de medicamentos e desintoxicação de xenobióticos  que são compostos químicos estranhos ao organismos . É utilizado em reações metabólicas e bioquímicas, tais como a síntese e reparação do DNA, síntese proteíca, síntese das prostaglandinas, o transporte de aminoácidos, e a ativação de enzimas. Assim, todo o sistema do corpo pode ser afetadado pelo estado que se encontra a concentração de glutation, especialmente o sistema imunológico, o sistema nervoso, o sistema gastrointestinal e os pulmões (1).

 

O próprio envelhecimento, doenças crônicas como diabetes, Parkinson, doenças hepáticas, e outras que levam a níveis altos de stress oxidativo (excesso de radicais livres), uso excessivo de medicamentos, e altos níveis de xenobióticos,  deficiências de nutrientes como glutamina, cisteina, glicina, selênio, e vitamina B2 levam a uma diminuição dos níveis de glutation redutase, enzima que sintetiza glutation no nosso organismo.

 

 

oxidacao glutation.jpg

Fig 3: modelo de esquemático da ação do glutathion nos stress oxidativo atuando principalmente no radical livre chamado peroxido de hidrogênio.

 

 

Assista no vídeo abaixo com Dr. Mark Hyman, médico ortomolecular ( Functional Medicine) nos EUA, explicando sobre a ação do Glutation como antioxidante na Doença de Parkinson, diabetes, câncer, infecções crônicas, doenças cardíacas e Doença de Alzheimer.

 

 

 

 

 

Na Doença de Parkinson o tratamento convencional utiliza o Levodopa proporcionando um tratamento eficaz. No entanto, o medicamento tem seus limites. Depois de um período de poucos anos geralmente a maioria dos pacientes sente um aumento da sua sintomatologia extrapiramidal acompanhada por várias complicações gradualmente reduzindo a sua autonomia e qualidade de vida. Por isso outras opções de tratamento vem sendo incorporadas ao arsenal na melhora do efeito do tratamento sintomático e de neuroproteção. 

 

Um estudo feito na França com Glutation, em 2002, com 54 paciente com Parkinson acompanhados ao longo de 5 anos, com idades de 50 a 82 anos. O estudo mostrou o tratamento com Levodopa e a associação com o Glutation, também foi visto o efeito da idade dos pacientes na eficácia de ação do tratamento. O tratamento combinado apresentou melhora de 52% da dificuldade de marcha, tremor,  disartria (dificuldade da fala) e da apraxia (dificuldade de movimentos)(2).

 

O vídeo abaixo mostra a ação do Glutation na Doença de Parkinson na Clínica do Dr. David Perlmutter, médico neurologista e ortomolecular nos EUA.

 

 

 

 

 

A alimentação também tem um papel importante uma dieta rica em abacate, vegetais crucíferos, cebola, frutas como morango e melância ajundam a manter os níveis de glutationa no nosso organismo, também é muito importante manter os níveis de vitamina D para sua síntese adequada.

 

 

Capturar.JPG

Fig.4: alimentos ricos em cisteína e glutathion

 

 

O glutation pode ser suplmentado por via endovenoso nas doses de 100-1500 mg e quando optada pela suplementação oral , o ideal é utilizar a cisteina para aumentar a produção endógena do mesmo devido a sua dificuldade de absorção via gastrointestinal. Um estudo publicado pelo departamento de neurologia na universidade de Sassary na Itália demostrou que o uso de glutationa endovenosa na dose 600 mg em pacientes com Parkinson com diagnostico recente, todos os pacientes obtiveram melhoram do quadro clínico com o uso da medicação e 42 % desapareceram os sintomas relacionados a doença, sugerindo que o tratamento com glutation endovenoso pode melhorar e retardar a evolução dos pacientes com Parkinson. Diversos estudos já demostraram que os níveis de glutation estão diminuídos na substancia negra em pacientes com Parkinson e que quanto menos os níveis do mesmo pior o quadro da doença(3).  

 

 

substancia negra.jpg

Fig.5 : substancia negra é local responsável para produção de dopamina motora, região onde na doença de Parkinson esta afetada .

 

 

Devido a sua importância no organismo o uso da glutation  podem ser  desde o combate aos radicais, e como coadjuvantes no tratamento de doenças crônicas como Parkinson, ELA, Alzheimer, doenças hepáticas, intoxicação por xenobióticos e metais pesados, degeneração macular, síndrome da fadiga crônica, esclerose múltipla, diabetes,  DPOC, e outras doenças neurodegenerativas.

 

Para maiores informações sobre glutation, ortomolecular e nutrologia entrar em contato pelos telefones 21 3439-8999 Rio de Janeiro ou 43 3323-8744 Londrina.

 

Referência Bibliográfica:

1.    Immunocal powder sachets. Visitado em 06 de dezembro de 2012. Em site: http://www.drugs.com/pdr/immunocal-powder-sachets.html .

2.    E. Mormont et P. Laloux. Stratégie Thérapeutique dans le traitement initial de la maladie de Parkinson. Louvain Médician. 121:93-99, 2002.

3.    Di Monte DA; Chan P; Sandy MS, Glutathione in Parkinson's disease: A link between oxidative stress and mitochondrial damage? Ann Neurol. 1992 Suppl  

4.    Cudkowicz ME, Sexton PM, Ellis T, Hayden DL, Gwilt PR, Whalen J and Brown RH, Jr. The pharmacokinetics and pharmacodynamics of procysteine in amyotrophic lateral sclerosis. Neurology. 1999 Apr 22;52(7):1492-4.

5.    Kuzma M, Jamrozik Z, Baranczyk-Kuzma A. Activity and expression of glutathione S-transferase pi in patients with amyotrophic lateral sclerosis. Clin Chim Acta. 2006 Feb;364(1-2):217-21. Epub 2005 Aug 18.

6.    Tohgi H, Abe T, Yamazaki K, Murata T, Ishizaki E, Isobe C. Increase in oxidized NO products and reduction in oxidized glutathione in cerebrospinal fluid from patients with sporadic form of amyotrophic lateral sclerosis. Neurosci Lett. 1999 Feb 5;260(3):204-6.

7.    Usarek E, Gajewska B, Kazmierczak B, Kuzma M, Dziewulska D, Baranczyk-Kuzma A. A Study of Glutathione S-transferase pi Expression in Central Nervous System of Subjects with Amyotrophic Lateral Sclerosis Using RNA Extraction from Formalin-Fixed, Paraffin-Embedded Material. Neurochemical Research, Vol. 30, No. 8, August 2005:1003-1007.

8.    Tartari S, D'Alessandro G, Babetto E, Rizzardini M, Conforti L, Cantoni L. Adaptation to G93Asuperoxide dismutase 1 in a motor neuron cell line model of amyotrophic lateral sclerosis: The role of glutathione. FEBS J. 2009 May;276(10):2861-74.

9.    Chi L, Ke Y, Luo C, Gozal D, Liu R. Depletion of Reduced Glutathione Enhances Motor Neuron Degeneration in vitro and in vivo. ?Neuroscience. 2007 February 9; 144(3): 991-1003.

10.    Viña J, Lloret A, Ortí R, Alonso D. Molecular bases of the treatment of Alzheimer's disease     with antioxidants: Prevention of oxidative stress. Mol Aspects Med. 2004 Feb-Apr;25(1-2):117-23.

11.    Liu H, Wang H, Shenvi S, Hagen TM and Liu RM. Glutathione metabolism during aging and in Alzheimer disease. Ann N Y Acad Sci. 2004 Jun;Jun1019:346-9.

12.    Makar TK, Cooper AJL,  Tofel-Grehl B, Thaler HT, Bla JP. Carnitine, Carnitine Acetyltransferase, and Glutathione in Alzheimer Brain. Neurochemical Research, Vol. 20, No. 6, 1995:705-711.

13.    Pocernich C.B. and Butterfield D.A.. Elevation of glutathione as a therapeutic strategy in Alzheimer disease. Biochimica et Biophysica Acta 1822 (2012) 625-630Sechi G; Deledda MG; Bua G; Satta WM; Deiana GA; Pes GM; Rosati G, Reduced intravenous glutathione in the treatment of early Parkinson's disease. Prog Neurophyschopharmacol Biol Psychiatry, 20(7); 1159-70 1996 Oct.

14.    Johannsen P; Velander G; Mai J; Thorling EB; Dupont E, Glutathione peroxidase in early and advanced Parkinson's disease. J Neurol Neurosurg Psychiatry, 54 (8); 679-82 1991 Aug.

15.    Spina MB; Cohen G, Dopamine turnover and glutathione oxidation: implications for Parkinson's disease. Proc Natl Acad Sci U S A, 86(4); 1398-400 1989 Feb.

16.    Di Monte DA; Chan P; Sandy MS, Glutathione in Parkinson's disease: A link between oxidative stress and mitochondrial damage? Ann Neurol. 1992 Suppl 

 

 

Produzido por: Clinica Higashi – Educação e Pesquisa Clínica Higashi – Ortomolecular e Nutrologia